sábado, 14 de janeiro de 2017

stella-viva - Aprendiz do Sal (2016)...




Às vezes parece que entramos em uma máquina do tempo. Nem sempre é bom. Aliás, geralmente é horrível, sinal de retrocesso. O tempo foi congelado. 20 anos. Tiraram de nós 20 anos. Não é a primeira vez, mas na última, bem, pensamos que fosse a última. Curiosamente, tempos difíceis costumam guardar uma semelhança. É geralmente na arte (e através dela) que encontramos forças para atravessar Atos Institucionais, PECs, o marasmo da vida. Cada um tem do tempo o que o tempo lhe reserva, ou o que você tira do tempo. Há mais de 40 anos atrás, um grupo de jovens músicos de Belo Horizonte passou a fazer um som que mesclava elementos vindos da bossa nova, do jazz e do rock com música folclórica, erudita e hispânica. Tempos doidos. Repressão, distúrbios de identidade nacional. 2016. Um grupo de jovens (ou talvez não tão jovens) músicos curitibanos torna a se reunir para gravar um álbum depois de cinco anos. Bombas em Brasília. Um país partido ao meio: de um lado os errados, do outro os errantes. A vida vive renascendo na arte, na música, nos riffs e arranjos, nas experimentações de músicos. A Stella-viva fez o que parecia pouco provável. Em tempo: não por qualquer espécie de dúvida quanto a capacidade dos “jovens meninos”, mas porque o tímpano parecia desacostumado em ser desafiado. Fazer um disco ser (e soar) inventivo e criativo é missão árdua em tempos que cifras são começo-meio-fim para inúmeros artistas, bons artistas que nem sempre chegam ao seu segundo álbum. Aprendiz do Sal, segundo álbum do grupo, é um verdadeiro desafio ao público. Resgata a essência experimentalista do Clube da Esquina, mas o faz na cinzenta Curitiba. É o “nosso Clube”. Lá em Minas, um movimento; aqui, um grupo que se põe em movimento e nos movimenta... VIA
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