quinta-feira, 23 de março de 2017

Amaro Freitas - Sangue Negro (2016)...




Rompendo com a toada do lugar comum de tentar traduzir a música popular pelo viés erudito, pianista pernambucano Amaro Freitas propõe em Sangue Negro, seu disco de estreia, uma inversão de diretrizes, orientando o erudito através do popular Para se perpetuar, a tradição acaba, repetidas vezes, por assimilar a modernidade, incorporando elementos contemporâneos ao legado histórico da cultura já produzida. O intento é o de promover uma ruptura com os aspectos obsoletos desta, tornando o tradicional coerente e passível de compreensão para as novas gerações. Isto, porém, nunca foi trabalho fácil, ou mesmo frutífero, não importa a esfera, seja na social ou na artística. Caso icônico é o do desbunde do southern rock nos fins da década de 1960 e início da década de 1970. Um dos mais interessantes fenômenos culturais de sua época, o rock sulista norte-americano surgiu buscando uma interface entre a celebração e o respeito ao tradicional e a assimilação aos avanços progressistas conquistados no âmbito social, lançando fora os ranços do racismo e da homofobia, por exemplo, enquanto que no campo sonoro absorvia, sem preconceito, as inovações musicais vigorosas propostas à época. Nascia então, uma novíssima e exclamativa geração, orgulhosa de sua própria história, mas que mantinha-se crítica quanto aos aspectos vis desta. Uma geração que cultuava o que de glorioso havia em seu passado, enquanto buscava limar seus contornos infames... VIA
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