sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Hiran - Galinheiro (2020)...
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Existia um lugar-comum muito utilizado para se referir a Hiran quando ele surgiu no cenário da música baiana, na virada de 2017 para 2018: ele era “o rapper gay”. Sim, ele é mesmo abertamente homossexual. É preto e bicha. E também VIP, como afirma em “Baile de Ideia”, uma das melhores faixas de “Tem Mana no Rap” (2018), seu álbum de estreia. O (necessário) tom de manifesto do primeiro disco fez com que algumas pessoas preferissem não enxergar o artista que existe por trás de rótulos identitários. Em “Galinheiro” (2020), seu segundo trabalho, aqueles que desejarem colocar em prática essa cegueira seletiva terão um exercício ainda mais árduo. Uma forma eficaz de lidar com o desdém de terceiros é o deboche – e isso Hiran tem de sobra. O baiano ironiza os que o menosprezam já na abertura do álbum de nove faixas, na “beat ciranda” que intitula o trabalho. Em “Galinheiro” também estão presentes as críticas a contextos sociais, que já permeavam canções anteriores. O flerte de Hiran com ritmos como o funk carioca e o pagodão baiano produziu faixas de grande apelo pop, que podem fazê-lo ultrapassar os limites do rap queer e da música independente. Exemplos disso são a acústica “Gosto de Quero Mais”, em parceria com Tom Veloso (Dônica), e “Chora”, um hino à volta por cima. Por sua vez, “Kika (Cara de Mau)”, dueto com a drag soteropolitana Nininha Problemática, é hit digno de qualquer paredão, fluxo ou baile... Continue lendo no Scream Yell
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