quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Fabio Leal - Fábio Leal & Antropojazz (2021)...




A música é um exercício de respeito. Respeito ao tempo, à dinâmica e aos companheiros de banda. É saber ouvir e saber chegar. Sempre com a humildade de aprender e conseguir isolar o ego para trazer apenas a sua própria verdade para dentro de uma sala de estúdio.É uma visão poética, mas que na verdade é bastante tangível também. Muitas pessoas acham que os grandes instrumentistas possuem – antes de muitas horas de estudo – um talento e uma facilidade quase sobrenatural para extrair exatamente o que almejam, seja de um piano, baixo, guitarra, saxofone – ou um par de panelas – se você for o Hermeto Pascoal. No entanto, o que muitos não sabem, é que antes de um show, todos esses seres humanos – com anseios iguais aos meus e os seus (hora veja só) – executam um árduo e diário trabalho que é praticamente invisível, mas só até a hora de subir no palco. Mas o que acontece antes e depois desse momento? Existe todo um trabalho cotidiano, uma entrega devota e fidedigna ao mundo das ondas sonoras modulares. Fazer música é olhar pra dentro de si diariamente e ver como você é pequeno frente a imensidão das notas. E por mais óbvio que pareça, poucos possuem a sensibilidade de entender isso. De saber – sem piadas infames – que no fim do dia somos instrumentos para algo que é muito maior do que nós mesmos. Quando comecei a rodar madrugas à dentro em São Paulo, pegando todos os shows de Jazz que conseguia assistir, me lembro que apesar de circular por diferentes casas – do Bourbon ao Jazz nos Fundos, passando pelo Bar do Julinho, Blue Note, Jazz B, enfim – a casa não importava, a única constante é que a conversa sempre chegava no nome do Fábio Leal... Leia mais no Oganpazan

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