quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Dada Hotel - Dilúvio/Deserto (2021)...




Há quem diga que Belo Horizonte junta as quatro estações num só dia. Outros defendem que só há dois tipos de clima na capital mineira: ou o sol castiga, ou a chuva não dá trégua. Esse binarismo climático dá o mote para o primeiro álbum do Dada Hotel, trio mineiro de rock alternativo que lança no dia 23 de setembro, quinta-feira, o disco de estreia: “Dilúvio/Deserto”. O álbum – disponibilizado nas plataformas de streaming – traz 12 faixas autorais, compostas por Fabio Walter (vocais guitarras e sintetizadores), idealizador do grupo, que também conta com Marcus Soares (baixo) e Victor Piva Schiavon (bateria). O lançamento do disco vem acompanhado por um videoclipe, assim como aconteceu com os dois singles já lançados, que abriram caminho para a divulgação: “In Sane Days e “Ninguém”. Agora, é a vez da faixa-título, “Dilúvio/Deserto”, que mistura punk, krautrock e surf music, ganhar um vídeo. “É uma música que eu compus em casa, numa tarde em que choveu muito em Belo Horizonte, que é uma cidade que tem só duas estações, dilúvio e deserto. De cinco a sete meses sem chuva nenhuma, tempo seco, sol, rinite; e os outros meses de muita chuva”, reflete Walter. Segundo Walter, o conceito presente na faixa-título, a única instrumental do disco, acabou sendo o fio condutor do álbum de estreia do trio. “Comecei a pensar em ‘Dilúvio/Deserto’ como um conceito, como uma forma de expressão da própria cidade. Quase como se fosse o yin-yang dos belo-horizontinos. E dá para ir além, já que todo mundo passa por momentos de dilúvio e deserto na vida. As músicas também seguem esse fluxo. De muito e pouco”, reflete ele. O álbum foi produzido durante todo o ano de 2020, pelo próprio Walter, e foi finalizado por Fabrício Galvani, do Estúdio Galvani, que mixou e masterizou as 12 faixas, além de gravar as baterias e os vocais – com exceção nas faixas “Nazareh (Pank Song)”, “Ninguém” e “Silent Love”, cujas baterias foram captadas no Estúdio Minotauro, por Vinikov de Morais e Daniel Saavedra. O disco também foi contemplado pela Lei Aldir Blanc do governo de Minas. No som, o Dada Hotel tem uma rota bem definida, que passeia por diversos estilos, apesar de manter as bases no rock alternativo. A faixa de abertura, “Nazareh”, por exemplo, traz ecos do punk dos anos 1970 e da surf music, assim como “Jamais” e a própria “Dilúvio/Deserto”. A balada “Silent Love” remete ao synthpop dos anos 1980 e à soul dos 70. A faixa conta também com um trio de metais composto por João Paulo Buchecha (trombone), William Alves (trumpete) e Gabriel Assad (flauta). Os metais, tocados por Tiago Ramos (sax barítono), também surgem em “Nada de Nada”, que tem influências de psicodelia brasileira, e em “The End”, uma mistura de stoner com o rock de garagem dos anos 60. “Prince e Bowie foram pontos de partida, mas também vejo uma influência forte do punk e do pós-punk, como The Clash, Blondie e Television. Essas bandas tocavam rock, mas se permitiam ir além disso, subvertendo o próprio estilo e sem perder o caráter de entretenimento do som. E isso sempre me atraiu”, explica o músico, que cujas influências também estão no Brasil, como Tim Maia, Jorge Ben e Marina Lima...

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