sábado, 11 de setembro de 2021
Made In Mars - Made In Mars (2021)...
Download: Made In Mars (2021).zip (ou vá no bandcamp acima)
Quem acompanhou a carreira de Rodrigo Coelho, desde a virada do século, lá nos idos do bug do milênio, não imaginaria que aquele ser humaninho, oriundo do Assentamento Sem Terra "Sol da manhã", no interiorzão do Rio de Janeiro, Seropédica (Baixada Fluminense), chegaria com uma musicalidade tão forte até aqui, no cenário apocalíptico da era COVID-19. Dos instrumentos embalados em sacos de batata e carvão de sua primeira banda, Orelha Seca, poucos poderiam imaginar que Rodrigo continuaria tocando em frente sua verve musical. Passando por um leve upgrade de seu punk seminal via banda Olivia, em que flertava com a herança do rock americano alternativo noventista de Pixies e Weezer, aliado ao levante do indie 2000 nacional de Gram e Los Hermanos (Farpas e Algodão, EP de 2005), Rodrigo ainda juntou os cacos da separação de seus companheiros e montou sozinho o projeto Interphone, no qual a sonoridade ensolarada e tropical deu lugar a um som mais pesado, chegando às vias do stoner levemente psicodélico (Santa Fé, EP de 2010), mas também passeando por seu passado violeiro e até jovem guarda (CardioKarma, EP de 2011). Sob o avatar de Interphone, Rodrigo contava com a ajuda de programações para registrar suas músicas, o que nunca foi problema em orquestrar suas ideias e imprimir a estética rancheira em sua obra. Contudo, com residência fixa em St. Nazaire, França (Sim, de Seropédica direto pra França!), estabelecido e com tempo para experimentações, mergulhou numa sonoridade mais orgânica e de tonalidades mais complexas. Aqui, Rodrigo também ataca na bateria e monta um set de gravação lo-fi extremamente simples e eficiente, o que só faz aflorar tudo o que seu repertório tem de melhor, do peso à delicadeza com sucesso, enriquecendo o crescente catálogo da Jambre Records. Alcança registros super intimistas (Aniversário), diferente de tudo o que já fez; ataca friamente temas e pequenos contos pesados em "Gangster Funeral" e "The Crash", de arranjos simples e interpretação forte; voa sobre a jovem guarda tropical da época de Olivia em "1986", "Canção pra você" e na sincera "3 x 4", esta última, a mais bela e eficiente síntese de tudo o que já produziu até aqui: peso, melodia, órgãos setentistas, dúvidas e questionamentos sinceros sob um refrão chiclete. O primeiro registro da Made in Mars ainda traz momentos mais contemplativos e levemente experimentais em "Você e eu" e uma nova roupagem para "Monte Carlo" (Interphone), aqui numa versão rocker, com "Assim também"...
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