“Se a semana foi mal, se o dia foi ruim, esquece tudo e vem assim na pista do baile”: o refrão de “Quando o DJ Toca”, cantado por FBC com participação da cantora Uana, evoca o baile funk como uma válvula de escape da tensão social. Ao longo de suas 10 faixas, BAILE, o novo álbum da parceria entre o rapper mineiro e o beatmaker VHOOR aprofunda esse olhar e vai compondo um retrato colorido e multifacetado do baile funk como uma complexa organização social, sônica e histórica de resistência — e diversão, sobretudo — do povo negro e das quebradas do Brasil. A partir de uma caprichosa reelaboração das sonoridades oitentistas do Miami Bass, a dupla apresenta um mosaico de personagens, histórias e alegorias que acendem um vasto leque de tópicos, da solteirice à covardia da violência policial. BAILE é um álbum com um arco narrativo definido, como sugere o subtítulo “Uma ópera em Miami”. Acompanhamos o personagem do disco indo ao baile para curtir, mandar o passinho, apaixonar-se e ser trocado por outro, até o trágico desfecho quando o seu bairro é invadido por milicianos. Nesse percurso, as emoções fazem bruscamente dos lamentos de uma separação precoce (“não era amor, eram as suas projeções em mim”, canta suavemente Mariana Cavanellas no refrão de “Não Dá pra Explicar”) aos gritos de revolta e desamparo contra a violência (“a polícia covarde atirou na minha filha”, exclama FBC em “Polícia Covarde”)... Continue Lendo no MonkeyBuzz
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
FBC & Vhoor - Baile (2021)...
Download: Baile (2021).rar
“Se a semana foi mal, se o dia foi ruim, esquece tudo e vem assim na pista do baile”: o refrão de “Quando o DJ Toca”, cantado por FBC com participação da cantora Uana, evoca o baile funk como uma válvula de escape da tensão social. Ao longo de suas 10 faixas, BAILE, o novo álbum da parceria entre o rapper mineiro e o beatmaker VHOOR aprofunda esse olhar e vai compondo um retrato colorido e multifacetado do baile funk como uma complexa organização social, sônica e histórica de resistência — e diversão, sobretudo — do povo negro e das quebradas do Brasil. A partir de uma caprichosa reelaboração das sonoridades oitentistas do Miami Bass, a dupla apresenta um mosaico de personagens, histórias e alegorias que acendem um vasto leque de tópicos, da solteirice à covardia da violência policial. BAILE é um álbum com um arco narrativo definido, como sugere o subtítulo “Uma ópera em Miami”. Acompanhamos o personagem do disco indo ao baile para curtir, mandar o passinho, apaixonar-se e ser trocado por outro, até o trágico desfecho quando o seu bairro é invadido por milicianos. Nesse percurso, as emoções fazem bruscamente dos lamentos de uma separação precoce (“não era amor, eram as suas projeções em mim”, canta suavemente Mariana Cavanellas no refrão de “Não Dá pra Explicar”) aos gritos de revolta e desamparo contra a violência (“a polícia covarde atirou na minha filha”, exclama FBC em “Polícia Covarde”)... Continue Lendo no MonkeyBuzz
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blog maravilhoso!
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