Toda obra é inevitavelmente fruto de seu próprio tempo. E isso quer dizer que, mesmo quando não pretende, ainda assim fala sobre seu próprio contexto. Todavia, conforme se busca a excelência, às vezes surgem tropeços em problemas com as pretensões de ser universal e atemporal. A isso soma-se a condição de envelhecimento de uma obra, ou seja, o potencial dela de repercutir e permanecer relevante ainda que o tempo passe. Don L, com seu recém lançado Roteiro pra Aïnouz (vol. 2), exprime muito dessa discussão, já que seu próprio conceito e forma abraçam a temporalidade e a história com uma exímia e inegável maestria. Em 2017, quando lançava o predecessor Volume 3, de sua obra musical com título vendendo um roteiro para um filme do diretor cearense Karim Aïnouz, com certeza houve fulgor. Poderia consistentemente ser, naquela época, o melhor álbum do ano. Agora, pouco mais de 4 anos depois, vemos a continuação desta trilogia reversa dando um passo para trás na história. Conceitualmente, o disco abraça sua volta ao passado tanto em seu conteúdo quanto em sua forma, indo além de um paralelo temporal entre tempos mais remotos e os períodos mais recentes, mais que isso, quase criando um cenário fantástico de um pretérito atemporal. E isso faz sentido principalmente pelo autor buscar produzir uma nova leitura do passado, ou então, disputar as narrativas das histórias brasileiras de revoltas. No fim, é um álbum lançado no agora, disputando narrativamente – e pensando por conseguinte – os passados, para, sob esse ponto de vista, refletir o presente... Continue Lendo no Inverso Rap
sábado, 25 de dezembro de 2021
don l - roteiro para aïnouz, vol. 2 (2021)...
Download: roteiro para aïnouz, vol. 2 (2021).rar
Toda obra é inevitavelmente fruto de seu próprio tempo. E isso quer dizer que, mesmo quando não pretende, ainda assim fala sobre seu próprio contexto. Todavia, conforme se busca a excelência, às vezes surgem tropeços em problemas com as pretensões de ser universal e atemporal. A isso soma-se a condição de envelhecimento de uma obra, ou seja, o potencial dela de repercutir e permanecer relevante ainda que o tempo passe. Don L, com seu recém lançado Roteiro pra Aïnouz (vol. 2), exprime muito dessa discussão, já que seu próprio conceito e forma abraçam a temporalidade e a história com uma exímia e inegável maestria. Em 2017, quando lançava o predecessor Volume 3, de sua obra musical com título vendendo um roteiro para um filme do diretor cearense Karim Aïnouz, com certeza houve fulgor. Poderia consistentemente ser, naquela época, o melhor álbum do ano. Agora, pouco mais de 4 anos depois, vemos a continuação desta trilogia reversa dando um passo para trás na história. Conceitualmente, o disco abraça sua volta ao passado tanto em seu conteúdo quanto em sua forma, indo além de um paralelo temporal entre tempos mais remotos e os períodos mais recentes, mais que isso, quase criando um cenário fantástico de um pretérito atemporal. E isso faz sentido principalmente pelo autor buscar produzir uma nova leitura do passado, ou então, disputar as narrativas das histórias brasileiras de revoltas. No fim, é um álbum lançado no agora, disputando narrativamente – e pensando por conseguinte – os passados, para, sob esse ponto de vista, refletir o presente... Continue Lendo no Inverso Rap
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Obrigado por disponibilizar :)
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