Em 20 de novembro de 2019, comemorado no Brasil o Dia da Consciência Negra, a
Funmilayo Afrobeat Orquestra trouxe um ar de esperança para a música instrumental brasileira, principalmente a que é influenciada pela diáspora africana. Até aquele momento, as bandas de jazz e afrobeat eram formadas por homens, sendo os brancos a maioria. É verdade que de lá para cá, praticamente nada mudou. Mas ao estrear com o single “Negração”, que faz uma ode à vereadora e ativista Marielle Franco, assassinada em 2018, e reafirma o poder da negritude, a primeira banda de afrobeat do país formada somente por pessoas negras, mulheres e não-binárias deu voz às suas iguais que não viam perspetiva dentro de um cenário tão masculino e elitista. Quando apresentou “Vazante de Verão”, no final de 2021, o grupo batizado com o nome de uma das mais importantes ativistas pela luta das mulheres por liberdade, direito ao voto justiça social na Nigéria, a Funmilayo Anikulapo Kutiaguçou, aguçou ainda mais a curiosidade do que estava por vir. A cobrança por um projeto mais completo era constante, porém, Rosa Couto, Stela Nesrine, Jasper Okan, Sthe Araujo, Afroju Rodrigues, Ana Goes, Tamires Silveira, Vanessa Soares, Larissa Oliveira, Bruna Duarte e Priscila Hilario estavam focadas nas icônicas e dançantes apresentações (ao vivo e online) e também na maturação de algo consistente. Praticamente quatro anos depois de iniciar um trabalho consistente, peculiar e instigante, a Funmilayo mostrou ao mundo o seu esperado álbum homônimo. Os quase 50 minutos, divididos em 10 músicas, são direcionados pelo swing cadenciado da textura clássica arquitetada por Fela Kuti, que recebe a inserção de elementos musicais da macumba e do candomblé (religiões afro-brasileiras)...
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