quarta-feira, 10 de maio de 2023

Bike - Arte Bruta (2023)...





Uma guitarra entoa uma escala melódica acompanhada por uma bateria, que quebra os pratos marcando o tempo à medida em que a frase musical vai se alongando - mas a lógica natural desta sentença é alterada pela velocidade, que torna tanto timbre, tempo e andamento primeiro mais rápido e depois bem mais devagar. A vinheta “Arcoverde”, com menos de um minuto de duração, já anuncia a distorção de realidade do quinto disco da banda paulista Bike, Arte Bruta, praticamente fruto de um processo de autoanálise que acompanhou o grupo durante o período pandêmico. E de forma sucinta marca este que é o salto mais ousado da carreira fonográfica do grupo de São José dos Campos. Arte Bruta, como a maioria dos discos da banda, começou pelo título e pela ideia megalomaníaca de lançar um álbum com apenas duas músicas extensas, cada uma delas ocupando um dos lados da versão em vinil do disco. O próprio título de alguma forma sintetizava tal salto, visto que o termo - também dividido em duas partes - também propõe o choque entre a sofisticação artística e a aspereza da brutalidade. Visto por muitos como um movimento artístico, especialmente por sua nomenclatura em francês, "art brut", o termo designa criadores que não têm a consciência de que sua criação pode ser encarada como arte... Continue Lendo no Teoria Musical

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