Filho do compositor Ivor Lancellotti, Domenico Lancellotti cresceu cercado pelo samba, porém, sempre encontrou mecanismos para perverter o gênero. Quarto e mais recente trabalho de estúdio da cantor, compositor, percussionista e produtor carioca em carreira solo, Sramba (2023, Mais Um) funciona como uma boa representação desse resultado. Produto da imersão entre Lancelloti e o multi-instrumentista Ricardo Dias Gomes no estúdio do artista que hoje reside em Portugal, o trabalho parte de um diálogo com o estilo pré-bossa nova, porém, estabelece no uso de estruturas eletrônicas um componente de ruptura. Não por acaso, a primeira coisa que ouvimos em Sramba é a percussão sintética de Erê, composição que utiliza de uma abordagem ritualística, preparando o terreno para a inserção das guitarras sempre carregadas de efeitos e sobreposições que parecem saídas de um terreiro afrofuturista. Esse mesmo resultado fica ainda mais evidente com a canção seguinte, Um Abraço No Faust, música que referencia o homônimo grupo germânico de krautrock, mas que em nenhum momento deixa de estreitar lanços com a produção brasileira, lembrando as criações solitárias de Baden Powell ou mesmo a obra de Luiz Bonfá... Continue Lendo no Música Instantânea
segunda-feira, 29 de maio de 2023
Domenico Lancellotti - sramba- (2023)...
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Filho do compositor Ivor Lancellotti, Domenico Lancellotti cresceu cercado pelo samba, porém, sempre encontrou mecanismos para perverter o gênero. Quarto e mais recente trabalho de estúdio da cantor, compositor, percussionista e produtor carioca em carreira solo, Sramba (2023, Mais Um) funciona como uma boa representação desse resultado. Produto da imersão entre Lancelloti e o multi-instrumentista Ricardo Dias Gomes no estúdio do artista que hoje reside em Portugal, o trabalho parte de um diálogo com o estilo pré-bossa nova, porém, estabelece no uso de estruturas eletrônicas um componente de ruptura. Não por acaso, a primeira coisa que ouvimos em Sramba é a percussão sintética de Erê, composição que utiliza de uma abordagem ritualística, preparando o terreno para a inserção das guitarras sempre carregadas de efeitos e sobreposições que parecem saídas de um terreiro afrofuturista. Esse mesmo resultado fica ainda mais evidente com a canção seguinte, Um Abraço No Faust, música que referencia o homônimo grupo germânico de krautrock, mas que em nenhum momento deixa de estreitar lanços com a produção brasileira, lembrando as criações solitárias de Baden Powell ou mesmo a obra de Luiz Bonfá... Continue Lendo no Música Instantânea
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