Haverá alguém para ouvir a última árvore da última floresta cair? É da imagem de um mundo cada dia mais assombrado pela desertificação que o novo álbum de Mateus Alves aparece como um pedaço da Terra ejetado do planeta à escuta de outras galáxias. “Sem título” nos projeta à posição de uma audição que agora é um fóssil da paisagem Holocênica erodida por um clima hostil à vida. E se a grande perturbação das condições de vida no planeta é o efeito da indústria humana, as músicas guardam pelo menos duas mirações. Quando escutamos o álbum com o olhar voltado para a Terra, as músicas são o produto do luto da Humanidade, são as ressonâncias da história de uma grande perda do mundo como o conhecemos. Porém, ao lançar a nossa audição para a exterioridade do cosmos, o álbum especula um encontro cósmico extraordinário, mais-que-humano. E o quê, senão tal especulação para reanimar o desejo de reescutar, aqui e agora, o mundo? Essa curiosidade renovada pelas paisagens é um efeito do novo álbum de Mateus: o que ainda há para escutar? A Terra é extraordinária e o ouvido é cósmico...
sábado, 3 de fevereiro de 2024
Mateus Alves - Mateus Alves (2023)...
Download: Mateus Alves (2023).zip (Ou vá no bandcamp acima)
Haverá alguém para ouvir a última árvore da última floresta cair? É da imagem de um mundo cada dia mais assombrado pela desertificação que o novo álbum de Mateus Alves aparece como um pedaço da Terra ejetado do planeta à escuta de outras galáxias. “Sem título” nos projeta à posição de uma audição que agora é um fóssil da paisagem Holocênica erodida por um clima hostil à vida. E se a grande perturbação das condições de vida no planeta é o efeito da indústria humana, as músicas guardam pelo menos duas mirações. Quando escutamos o álbum com o olhar voltado para a Terra, as músicas são o produto do luto da Humanidade, são as ressonâncias da história de uma grande perda do mundo como o conhecemos. Porém, ao lançar a nossa audição para a exterioridade do cosmos, o álbum especula um encontro cósmico extraordinário, mais-que-humano. E o quê, senão tal especulação para reanimar o desejo de reescutar, aqui e agora, o mundo? Essa curiosidade renovada pelas paisagens é um efeito do novo álbum de Mateus: o que ainda há para escutar? A Terra é extraordinária e o ouvido é cósmico...
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