Depois de dois EPs e alguns singles, o duo baiano TAXIDERMIA lançou Vera Cruz Island, o primeiro álbum cheio, que aprofunda ainda mais as experimentações sonoras que já vinham exercitando. Formado por Jadsa e João Milet Meirelles (Baiana System) há quatro anos, a dupla traz um trabalho ousado e inventivo que ganha aqui uma análise de Pedro Antunes de Paula, nosso mais novo colaborador. O ato de remontar ou reproduzir um corpo animal com fins de estudo ou exibição é o que chamam taxidermia. Parece que em Vera Cruz Island, estreia em álbum completo, o duo baiano fez da música brasileira um corpo: ao mesmo tempo que o preserva, o faz esfacelando seus interiores e encontra um futuro sabe-se lá se possível, mas vislumbrado na pele desses sons. Vera Cruz Island é uma costura de fragmentos, pedaços de temperatura e tempo. O calor das guitarras e palavras rítmicas de Jadsa resgatam Itamar Assumpção e tradições orais com reverência, construindo mantras de porte quase religioso – vide a abertura “PUREZA”: “Sangue / De riqueza / Homem munido de corre / Lindo / De lindeza / Com toda pureza da beleza”. Os beats de João Milet Meirelles alinham muito bem um instrumental distópico, maquínico, a algo simultaneamente humano, porque diz respeito, sobretudo, ao corpo, ao movimento. Perspectiva presente na hipnótica “AUTOBATUQUE”, no transe violentíssimo de “SANGUE FERVENDO” e no tema de “TREMEDEIRA”, em que o corpo é tema central... Continue Lendo no El Cabong
segunda-feira, 22 de julho de 2024
Taxidermia - Vera Cruz Island (2024)...
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Depois de dois EPs e alguns singles, o duo baiano TAXIDERMIA lançou Vera Cruz Island, o primeiro álbum cheio, que aprofunda ainda mais as experimentações sonoras que já vinham exercitando. Formado por Jadsa e João Milet Meirelles (Baiana System) há quatro anos, a dupla traz um trabalho ousado e inventivo que ganha aqui uma análise de Pedro Antunes de Paula, nosso mais novo colaborador. O ato de remontar ou reproduzir um corpo animal com fins de estudo ou exibição é o que chamam taxidermia. Parece que em Vera Cruz Island, estreia em álbum completo, o duo baiano fez da música brasileira um corpo: ao mesmo tempo que o preserva, o faz esfacelando seus interiores e encontra um futuro sabe-se lá se possível, mas vislumbrado na pele desses sons. Vera Cruz Island é uma costura de fragmentos, pedaços de temperatura e tempo. O calor das guitarras e palavras rítmicas de Jadsa resgatam Itamar Assumpção e tradições orais com reverência, construindo mantras de porte quase religioso – vide a abertura “PUREZA”: “Sangue / De riqueza / Homem munido de corre / Lindo / De lindeza / Com toda pureza da beleza”. Os beats de João Milet Meirelles alinham muito bem um instrumental distópico, maquínico, a algo simultaneamente humano, porque diz respeito, sobretudo, ao corpo, ao movimento. Perspectiva presente na hipnótica “AUTOBATUQUE”, no transe violentíssimo de “SANGUE FERVENDO” e no tema de “TREMEDEIRA”, em que o corpo é tema central... Continue Lendo no El Cabong
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