quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

BK' - Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer (2025)...




 É inegável que a música popular brasileira (MPB) seja uma das mais (senão a mais) cobiçadas pelos beatmakers, produtores e DJs ao redor do mundo. Por isso, não é raro ser surpreendido por trechos de algum clássico esquecido em singles e álbuns de medalhões do rap — os estadunidenses, principalmente —, reprensagens piratas na Europa ou remixes em sets nas pistas de dança (tornou-se quase que uma commodity nacional). Foi a partir do uso desses samples que alguns artistas brasileiros conseguiram reavivar trabalhos, que na época em que foram lançados não tiveram a devida atenção. O caso mais conhecido é de Arthur Verocai, mas pode colocar nessa lista Di Melo e Cassiano. A cultura (e a arte) de samplear faz parte das bases do hip hop. Não tem como desassociar. Porém, tratando-se de recortes de MPB por rappers do Brasil, a história muda. Nem sempre é possível usá-los de forma explícita sem ter autorização do(s) detentor(es) dos direitos. E mesmo quando fica descaracterizado e é descoberto, a negociação não é tão fácil quanto parece. Djonga teve que mudar a música “Eterno” depois de ser notificado pelo filho do Tim Maia pelo uso “indevido” de “Contacto Com o Mundo Racional”. Tentaram um acordo, mas não aconteceu. Baco Exu do Blues teve que tirar do ar “Oração da Vitória”, de Esú, após notificação da equipe do Milton Nascimento. Assim, para que não aconteça problemas futuros, os MCs evitam a dor de cabeça. Essa questão voltou à tona com o disco Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer (DLRE), do BK, gerando discussões no X. O próprio rapper afirma que DLRE “é um retrato da riqueza da música brasileira”. Outros decretaram que ele faz um resgate e até a ressignificação dessa musicalidade. Pela relevância que conquistou no rap, e até fora dele, sendo hoje uma das grandes referências da sua geração, Abebe Bikila Costa Santos pode ser um meio para que a obra de alguns desses artistas chegue até o seu público, formado majoritariamente por adolescentes e jovens. Isso não quer dizer que não exista uma valorização da MPB no rap BR. Talvez um dos que mais faça essa conexão (de “brasilidades” e rap) seja Marcelo D2, em especial com o samba. Mas BK faz parte de uma “escola” que cada vez se afasta mais dos preceitos do hip hop. Também possui outras inspirações, o que o diferencia dos seus contemporâneos... Continue Lendo no Rimas & Batidas

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